terça-feira, 31 de março de 2009

Estamos unificadas/os no Fora Yeda, a esquerda gaúcha inteira.
Em Oaxaca, no México, o movimiento magisterial, assim como o CPERS do RS, protagonizou sofrendo forte repressão, o movimento contra Ulisses Ruiz Ortiz, governador do estado mexicano. Num movimento parecido com o nosso, toda a esquerda unificou-se na que ficou conhecida como APPO (Asamblea Popular de los Pueblos de Oaxaca), uma grande instância de articulação e principalmente de luta do povo oaxaqueño. Ocuparam a TV e as rádios locais e assim invadiram as casas e as consciências. Mobilizaram mais de 800 mil pessoas.
Permito-me sonhar e arrisco dizer que esse passo de unificarmo-nos é quase tão largo quanto a queda da governadora. Sabemos que as mudanças estruturais não são colocadas pelos governos, através do estado. São forjadas pela organização popular.
À luta.

"Lá tem Jesus, e está de costas"




Cercarão as favelas do Rio de Janeiro. Serão 11 km de muros. Um investimento total de 40 milhões de reais. 550 casas 'relocadas' . 19 comunidades cercadas.

O objetivo é claro: materializar um muro já edificado ideologicamente, da divisão de classes, da exclusão e do medo. A retórica, claro, é outra, totalmente na moda e aceita pelos que quase nunca questionam: conter a expanção das comunidades e proteger a floresta!

Ao povo das 19 comunidades cariocas, às milhares de mulheres mal remuneradas quando a sorte às emprega, com vários filhos não planejados, hoje sem condições de desenvolvimento humano digno; aos milhares de jovens que sobrevivem sem qualquer perspectiva que não o tráfico; aos milhares de homens subempregados que não tem sequer sua aposentadoria garantida ao fim de uma vida inteira de trabalho agressivo ao corpo e à vida; todas e todos sem acesso à saúde pública de qualidade, sem saneamento básico, sem trabalho justo, sem alimentação regular, a estes/as agora também é imposto que vivam cercados por outro muro, agora feito de tijolos, mas não mais concreto que os outros muros que o capitalismo tem erguido em suas vidas, interrompendo-as.

Claro que os muros são uma barbárie. Uma barbárie feita de tijolos, arames farpados e muito trabalho, muito dinheiro do Estado às empreiteiras privadas e muito cimento.

Que esse muro, que já impedirá o direito constitucional de ir e vir do povo das favelas, não impessa as autoridades e a sociedade fluminense de enxergá-los e enxergá-las e, instínseco ao povo, ernxergarem a negação de todos os seus outros inúmeros direitos, fundamentais, sociais e humanos.

O subúrbio, como canta Chico Buarque, não tem moças douradas, não tem turistas, não sai foto nas revistas. Lá tem Jesus, mas até ele está de costas.